Diante da acirrada disputa no mercado de trabalho, experiências no exterior como um intercâmbio passaram a ser por demais valorizadas pelos RHs da vida. Claro que quem tem bala na agulha vai fazer intercâmbio na Nova Zelândia, Alemanha, Inglaterra... Eu estou indo pros Estados Unidos, o estino escolhido por quem determinou o programa e criou o concurso de bolsas.
- Estados Unidos é intercâmbio de pobre.- Mas pobre não faz intercâmbio!- Faz sim, se tiver ganhado uma bolsa como eu!
Por isso, estou deixando família, amigos, faculdade, estágio pelo período máximo de 1 ano. Vou fazer parte de outra família. Estou partindo rumo à terra do Bush, do McDonalds, do country e de Hollywood. Não quero fazer a América nem deixar ela me fazer. Quero iluminação, amadurecimento, cultura, histórias pra contar, um melhor currículo, um punhado de dólares e eletrônicos mais em conta! Nessa ordem.
Mas não se preocupem. Nas palavras de Jesus e Schwarzenneger: Eu voltarei!
De Bonsucesso para o mundo:
Natalia Weber tem 21 anos e é estudante de jornalismo da UFF (RJ). Parece uma americana, mas é brasileiríssima. É suburbana com orgulho e está prestes a adentrar nos Estados Unidos. Ela nunca viajou de avião, nunca arrumou uma mala tão grande, detesta McDonalds. Vai ser Au Pair numa família muito boa e com (graças a Deus!) uma criança. Uma criança linda, fofa e maravilhosa. Espera ter bastante tempo pra estudar e espera encontrar bons cursos pra fazer e complementar seu currículo. Espera também aprender a dirigir bem rápido pra se mover lá. Espera conhecer Nova York. Por livre e espontânea pressão, tem a possibilidade de visitar a Disney, mas se não conseguir se livrar dessa, promete enviar uma foto esganando o Mickey! Ela está com muitas saudades dos pais e amigos, por isso espera que eles venham sempre aqui.
Tudo começou quando, dia 31, todos voltamos das nossas respectivas viagens. Alegando que não dormiram nada no vôo, eu fiquei responsável pela Thaissa de manhã. E a Ari veio pra um sleep over.
Liguei pra Daiana pra matar as saudades, e ela disse que iria passar a virada com os pais na virtualidade, ou seja, até as 9 pm. Aí veio o Greg como sempre inventando alguma pra mim... acho que ele já tinha me falado dessa tal comemoração em Leesburg, em que todos se reúnem no relógio da Courthouse com velas acesas, que era uma comemoração família ("cute little family thing", nas palavras do próprio), com eventos em várias partes do centro antigo da cidade. Aí ele mandou eu ligar pra Daiana e ir com ela. Tá, até aí concordei, porque queria mesmo ver a Daiana, maaas... eu e ela já estamos escoladas, a gente já sacou que ia ser aquele tipo de coisa que só tem velho & cachorro, aquele tipo de furada que a gente seeeempre se mete. Além do mais, eu tava cansaaada...
Bom, antes de sair passei a virada na webcam com a minha família... podia escutar os fogos, e eles cismavam de ficar virando a câmera pra tv pra eu ver Copacabana... less, please... Mas foi mto legal estar com eles nesse momento, vi todo mundo, menos o gato, que estava lá em casa entocado. Tadinho, ele pira com os fogos...
Perguntei pro Greg se eu não podia ficar ele casa, ele disse NO, então eu fui pegar a Daiana.
Foi muito bom ver a Daiana, pq a gente tinha muito que contar... chegando lá em Leesburg, ainda tivemos que pagar $8 cada uma, direito a botton. Tá, mas eu jurava que dava pra ficar perambulando por ali sem pagar, mas aí a gente quer fazer o certo, néaaam...
Pegamos o programa e não entendemos muita coisa, fomos lá ver um tiozinho tocando violão. Já estávamos quase dormindo. Quando ele começou a cantar uma música sobre as pessoas que fogem dos seus países pra virem pros EUA, eu pensei, "agora já deu, né?"
A gente ficou planejando onde iríamos na próxima vez, o Greg disse que o coral era mto bom, e no programa dizia que tinha alguém tocando rock, então paramos para um funnel cake & hot chocolate e fomos checar o tal "rock".
Era um tio com um violão... outro não, gente!
A gente abre outra porta, uma galerinha tocando country... aaafffeee...
Fomos atrás do coral na tal igreja gótica, andamos à beça no frio e no escuro, ninguém, NINGUÉM na rua... chegamos lá, tudo fechado, nenhum sinal de vida.
Quase chegando meia-noite, frioooo, a gente entrou no primeiro lugar que tinha gente ("gente", porque aquela quantidade eu não sei se qualifica como gente). Era uma tia tocando uma marimba, que é um xilofone gigante... Aaaai... difícil segurar o riso, a Daiana tava quase simorrendo. A gente pensa que não tem como ficar pior, quando uma pobre tia collapse de sua cadeira, caindo de bunda no chão (será que era devido à tamanha empolgação do evento?? Duvido...). Aí que ela não se aguentou mesmo...
Pra completar a tia da marimba nem nota o ocorrido e distribui pra galera vários envelopes com arroz dentro pra gente fazer a "percurssão" pra música dela. Aaaaai... Pessoal (isso se aquela quantidade se qualifica como "pessoal") mó compenetrado sacudindo o pacotinho, tio nem percebia que tava espalhando arroz pra tudo quanto é canto... E a Daiana quasi num se aguenta.
Já perto da meia-noite, fomos pra Courthouse, rapidamente pegamos uma velinha. Difícil foi alguém se mobilizar pra acendê-la. Logo cairam em nossas mãos umas folhinhas com os "crássicos" os quais cantaríamos naquela noite. Zuuuper Hit List featuring Lean on Me, Coming Round the Mountain, Auld Lang Syne, Goodnight Irene e You are my Sunshine. Tudaver!
Miacabo com a cara de Bento XVI da Daiana nessa foto...
Tá di brincadeira...
O que aconteceu foi o que segue:
Diferente, néam...
E depois a gente comenta com a Nathalia e de acordo com ela, os outros ano tinha lá umas 300 pessoas, que era até difícil de passar na rua, de conseguir vela, que tipo bombava. Yaaay, logicamente esse foi o ano menos bombante da First Night Leesburg, pq aquela quantidade de pessoa não se qualificava como "evento". E é claro que o Greg não acreditou na gente, pra ele a gente está de zuação. De zuação a gente está, mas não estamos mentindo. Aquele treco foi fiascada, e provavelmente só pq a gente tava lá. Aposto que ano que vem, quando a gente já tiver no Brasil, a First Night Leesburg vai trazer show da Madonna na igreja gótica, Paul Van Dyk e Tiesto nas carrapetas no meio da rua, apresentação do Cirque du Soleil, show do Bob Dylan e Eric Clapton no Tally Ho e The Police na Courthouse... e se é pra ter country vai ter Garth Brooks e Shania Twain, essas breguices que povo aqui siamarra...
Lista das frases marcantes do dia:
- "It's a cute little family thing" Greg
- "Is this German?" Naty, sarcasticamente... e o tio ainda respondeu!
- "Não dá pra agüentar... eu tenho vida dentro de mim!" Daiana
- "Daiana, pega uma vela." Naty - "Pra que eu quero vela?" Daiana - "Você pagou 8 dólares por ela." - "Me dá a velaaaaaaaaaaaaaa!!!!"
- "Minha vela... e meu botton!!" Daiana, orgulhosa de sua aquisição. NOT!
Meu Natália, foi the worst and the best New Year's evaaaa!!!! Foi uma fiascada sem fim, mas tbm nunca ri tanto no Ano Novo, geralmente sempre fico triste e choro, mas esse foi beeeemmm diferente!!! Foi muito legal zoar esses americanos manés, mesmo tendo que pagar esse micão!!! hahaha Eu espero que depois dessa a gente tenha de uma vez por todas aprendido a lição sobre esse lugar!!!! Meus pais falaram que parecia que a gente tava numa missa, com aquelas músicas nada a ver. hehehe Bom, que mais posso dizer? Esse é bem o tipo de coisa em que só a gente se mete!!! haha Mas no fim, me diverti a beça!!! Thanks!!!